Monday, December 03, 2007

Fábula

Vindo da planicie da juventude, cruzou o vale das lagrimas, a loucura e o caos.
Vibrou entoxicado pela negatividade, libertou-se, viu a paz, encontrou o caminho, encontrou irmãos valiosos e valentes, afastou se deles e seguiu renovado.
Uma noite de cinco anos se fez, e quando nasceu o dia
Era deserto.
No deserto achou companhia, plantou flores que adubou e regou. A agua das expectativas inundou o sertão, e por um misero tempo lá flutuou em paz um barco, amor.
Porém as ondas dos medos viraram o bote e afastaram os naufragos em seus destinos. Remou contra as ondas e viu que eram fortes e inevitaveis, deixou-se levar. A água virou gelo, e o gelo lascinou seu coração. Ninguem haveria de ter forças para cavocar ali até que o sol viesse com força. As que tentaram sairam refeitas porem sem entender nada em meio a distancia.
Ajudantes iluminados, irmanados desde o tempo sem começo surgiram, martelaram o tambor e trincaram o gelo. O terremoto se fez na terra dos indios, a vinheda dos espiritos ofereceu o suco amargo, pelo qual a tragédia fez se explicita e anunciou que era hora da despedida.
O vale de lagrimas agora fluiu por onde devia, e aí todos os espiritos bons e maus que circundavam aquele terreiro ingena, viram que não havia volta, e que aquele ser estava fadado a vencer sobre todo o mal e os venenos do mundo que o infestavam. E traria a liberdade que lhe foi entregue pelos Budas ao mundo, em forma de sorriso, paz e atividades benéficas.
Nisso, refeito, passou a rir, e rir. Encontrou velhas liberdades embora ainda não tenha realmente encontrado o seu caminho. Agora é verão e o verão veio com a menina-do-demo. Ela veio pra derreter as crostras de gelo que ainda atrapalham o trilhar desse ser que é puro amor e puro desejo. Ela veio tostar, fritar e devorar a carne, e ser musicada, acariciada, lambida, tocada, gozada.

A fábula se estende até os confins do além, no passado que é vivo, no futuro que é vivo. No presente surfar das ondas da vida. Os novos capitulos são apenas velhos capitulos. Os velhos capitulos apenas soam os acordes do amanhã.

E a vida é musica. Vai e vai. Harmonizando para transcender. Buscando a saida para toda a dor do mundo, num sorriso de mulher.

1 Comments:

At 06 December, 2007 18:14, Blogger L. H. said...

que lindo, vitor. adorei!

 

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